Depois de 6 anos na
labuta, parece que 7 é o número da sorte de Rihanna. Unapologetic foi o único
álbum da cantora que chegou a atingir o #1 nos EUA e, digam o que quiserem, foi
merecido. Riri trabalha exaustivamente, sai da sua área de conforto, investe
pesado em todos os projetos aos quais se relaciona e, nesse álbum, não foi
diferente.
Mesmo
com o lançamento de um filme e o término da divulgação do seu último CD, ela arranjou tempo para gravar um álbum pessoal e comercial ao mesmo tempo, além de
superar seu último sucesso We Found Love,
com o carro-chefe Diamonds. Ainda
considerada como a “mulher do ano” pela GQ e respeitada no meio da moda por seu
estilo único e ousado, parece que o reinado da embaixadora de Barbados não deve
sumir tão logo.
Aqui, ela reuniu um time de produtores diferentes entre si, arriscando em
vários ritmos e sendo bem-sucedida no que muitas cantoras tentam e falham:
agradar fãs e crítica. A única
coisa que decepciona no álbum: o ensaio fotográfico. Fora isso, é só esperar
pelos próximos hits, recordes, turnê, clipes coreografados e o próximo álbum no
ano que vem.
Review
de cada música aqui embaixo:
*Phresh Off The Runway: milagre!!! David Guetta
produzindo algo que não é farofa. Talvez os créditos sejam do The Dream, mas
fato é que a música parece uma mistura de hip hop com a produção eletrônica do
Guetta, fugindo daquele óbvio de música que desacelera e explode no refrão. Dá
até pra ver Riri fazendo passinho com a perna abrindo e fechando enquanto
esfrega a mão ~~lá~~.
Diamonds: sim, já fiz review aqui. Mas só acho válido mostrar a performance que a Sia, compositora da música, fez ontem só com um piano e a voz absurda que ela tem. Assistam:
Numb: confesso que
de cara não gostei da música, mas, com o tempo, a voz ~~preguiçosa~~ da Rihanna
acompanhada dessa batida me conquistou. Infelizmente, o refrão é a parte mais
enjoadinha da música e nem o verso do Eminem chega a ser tão bom assim, se
levarmos em conta Love The Way You Lie.
E não, ainda não superei essa música.
Pour It Up: aquela
gangsta-badass-foda-se-você de G4L voltando aqui, pra esbanjar a riqueza e
poder dela, mostrando que leva uma vida regada a champanhe, strippers e festas.
Nada muito marcante, mas ainda assim clássica Riri.
Loveee Song (feat.
Future): não conheço esse Future, mas gostei dele só pela voz que me lembrou de
uma versão menos rouca, mas ainda boa do Gill Scott-Heron. Essa faz parte da
cota de ~~músicas chapadas~~ do álbum e, incrivelmente, a participação parece
que é da Rihanna e não do future.
*Jump: por favor,
quero single. Com uns dos versos mais safados do álbum, uma batida repleta de
dubstep (chegando a lembrar BASTANTE de Fucking Die do Skrillex) e uma atitude típica da badgalriri, é uma das minhas
preferidas do álbum. Com o rap do cara desconhecido, a voz sexy dizendo "ride my pony" e a produção de
Stargate, o único jeito de essa música ser melhor seria com um rap do Kanye West
no lugar do X.
[UPDATE] Jump usa sample de Pony, uma música dos ano 90 de um tal de Ginuwine e que aparece nessa cena maravilhosa daqui de baixo:
[UPDATE] Jump usa sample de Pony, uma música dos ano 90 de um tal de Ginuwine e que aparece nessa cena maravilhosa daqui de baixo:
Right Now (feat. David Guetta): era
muito cedo pra dizer que o Guetta não fez farofa no álbum. Mas, sendo justo, essa
música poderia ser um desastre total se lembrarmos de Who's That Chick e daquele robô que chamaram de Rihanna. Compreensível
essa faixa comercial até a alma e sem grandes funções além de ser um hit pras
pistas, a única decepção será se Riri apostar no sucesso certo e lançá-la como
single, sendo que o álbum tem outras mais diferentes e menos genéricas que
essa. Entretanto, admito que se ela começasse a tocar em qualquer lugar, eu
começaria a dançar (assim como o resto das pessoas no recinto). Também confesso
que se fosse pra escolher um DJ antigo que já tivesse colaborado com ela, teria
escolhido, obviamente, o Calvin Harris, mas talvez seja ainda muito recente pra
repetir fórmulas.
What Now: depois
de ter twittado metade da música, já dava pra saber que essa é uma das mais
pessoais do álbum. Uma balada com batida forte, me deixou na dúvida se uma
versão menos acelerada não seria melhor. Ao mesmo tempo em que às vezes a
impressão é de que, em algumas partes do início, havia muita letra pra pouco
tempo de música, o hook que começa com "whatever
it is..." até o final do refrão não deixam que isso interfira na
qualidade da faixa. Na estrofe de "There's
no one to call" a música parece que entra na forma que deveria ter e
até os versos mais carregados emocionalmente do "I don't know how to feel" não ficam deslocados com os
sintetizadores e as batidas mais dançantes.
*Stay: melhor
balada da carreira da Rihanna, de longe e sem esforços. Depois da performance
no SNL eu já sabia que a música seria uma das preferidas do álbum, mas não
esperava que fosse gostar tanto da participação desse tal de Mikky Ekko (apesar
de achar dispensável também). Não sei porquê, mas não me surpreendi quando vi que
a produção era do Justin Parker, considerando que Rihanna é esperta e sabe
muito bem escolher com quem trabalhar pra conseguir inovar dentro do seu som e
ainda se manter pop (outras faixas que ele produziu: mais da metade do Born To Die, I Know You Care da Ellie e Laura
do Bat For Lashes). Aposta: Justin
Parker também fará parte do novo álbum da Katy Perry, tô até vendo.
*Nobody's Business
(feat. Chris Brown): ou nobody bunezz, já que, por razões desconhecidas,
nenhum dos dois resolve pronunciar a palavra inteira. Mas voltando: não sei se
é a sample de The Way You Make Me Feel,
a vibe de anos 90 que a música passa, a audácia desses dois de fazerem um dueto
de novo e ainda mais com essas declarações todas, mas a música me conquistou e
eu sinto cheiro de performance memorável e polêmica + single vindo daí.
*Love Without Tragedy/Mother
Mary: épicas, as duas partes. Fazendo referência a James Dean e Marilyn,
Rihanna vem com essa balada que começa contando uma história de amor e depois
entra em temas mais pessoais, como se fosse mesmo uma história que ela
estivesse contando, primeiro de um casal (coff Chris Brown coff) e depois misturasse
a sua própria trajetória (I'm from the left side of an island, never thought
this many people would even know my name). Sim, é um lado pessoal que todos os
fãs e fofoqueiros obcecados gostam de ver. Se fosse pra eu tirar uma música e
apostar numa superprodução de videoclipe, seria essa.
Get It Over With:
aqui parece que ela decidiu play it safe e chamou Brian Kennedy pra produzir
mais uma balada com encheção de linguiça. Apesar de um pouco chata e monótona,
o significado da música é até bonito e condiz com o ritmo. Como música avulsa,
seria fraca, mas como o álbum supostamente "conta uma história e te leva
numa viagem", você consegue entender o porquê de ela existir.
*No Love Allowed:
pra quem achava que Man Down já era
~~reggae~~ o suficiente, Rihanna vestiu a toca da Jamaica, a camisa do Bob
Marley, acendeu um cigarrinho e gravou No
Love Allowed. Diferente de todas as outras do álbum, indico pra qualquer um
que quiser “relaxar” e abrir/fechar perninha no ritmo (não, não façam isso).
Também pode ser vista como uma complementar de Man Down, pra quem gosta de fazer esse tipo de análise.
*Lost In Paradise:
interpretação ou não, essa música cabe perfeitamente no relacionamento de Riri
com Chris Brown, ou pelo menos como ela deve se sentir nele. O dance break
depois do refrão é um dos diferenciais em relação a What Now, que também tem essa
coisa de ser mais agitada e ainda ter uma letra pesada. Imagino que uma
performance ao vivo seria perfeita por conta dos vocais e, levando em conta que
essa é a “última” música do álbum e portanto da “viagem” que você faz com ele,
é quase que uma declaração de “não importa se é errado, mas vou continuar a
fazer isso que eu tô fazendo”.
*Half Of Me: amo
artistas que colocam bônus melhores que músicas da versão standard do álbum. Escrita
sob medida para Riri, essa baladinha é uma das mais emocionantes do álbum e
parece mesmo que a cantora sente cada frase que está cantando.