domingo, 24 de junho de 2012

DÁ O PLAY - Cheryl Cole, A Million lights



                A Million Lights, terceiro álbum da carreira solo de Cheryl Cole, foi lançado oficialmente esta semana, pra alegria (ou não) dos fãs que já estavam quase morrendo de ansiedade. Depois de muita especulação sobre parcerias e colaborações nas faixas do CD (nomes como Rihanna e Justin Bieber chegaram a ser cogitados), deu pra perceber como Cheryl é uma das queridinhas dos britânicos (talvez a “maior” popstar do país lançada nos últimos anos). Mas, apesar de toda a atenção dada a Cheryl, A Million Lights é, no mínimo, um álbum fraco.
A capa de "A Million Lights", fotografada por Ellen von Unwerth
              A protegida de Will.i.am aparece com um álbum pop urbano, com um excelente time de produtores e compositores (Calvin Harris, Taio Cruz, Lana Del Rey e Alex Da Kid só pra citar os mais famosos), mas erra já na primeira balada do álbum, erro no qual ela insiste em repetir ao longo do CD. O negócio é o seguinte: Cheryl não sabe cantar bem, e não consegue soltar nenhuma daquelas notas poderosas que são necessárias nas músicas que ela escolheu para gravar, o que deixa algumas músicas sofríveis, pra ser bem sincero.  Em contrapartida, a ex-Girls Aloud acerta nas músicas mais dançantes que combinam perfeitamente com o seu tom de voz e que são onde ela consegue se sobressair melhor, já que não é preciso muito esforço para cantá-las.
Cheryl no vídeo de "Call My Name"
              É o exemplo do primeiro single, Call My Name. Produzida por Calvin Harris (depois do sucesso de We Found Love parece que todo mundo tá querendo uma participação com ele, mas isso já era de se esperar), a música foi feita descaradamente para as pistas de dança, com todo aquele apelo sexy e letra pop-chiclete, indo direto pro #1 do iTunes britânico. E era aí que ela deveria ter continuado, fazendo músicas mais dançantes e sem nenhum grande desafio vocal, onde ela pudesse se apresentar com playback sem ter que fazer o resto do mundo sofrer ao escutá-la dando os gritinhos de All Is Fair. E até porque não há problema nenhum em lançar um álbum inteiro sem baladas (Blackout, o melhor CD da carreira de Britney Spears, taí pra provar isso).

                Falando sério, e sem nada pessoal contra ou a favor de Cheryl: o disco não é ótimo, mas também não é péssimo. Como eu já disse, só as baladinhas que deixam a desejar. Como um álbum pop, A Million Lights cumpre o seu papel, mas não chega a ser um marco ou um disco que você precise ouvir inteiro.  Abaixo tem uma mini-review de música por música pra vocês saberem quais que valem a pena baixar e quais que você pode deixar de lado:


          -Under The Sun: ainda tô dividido entre essa e Craziest Things para melhor música do álbum. Com uma melodia leve e uma letra “despreocupada”, a música é perfeita para próximo single, ainda mais com o verão do hemisfério norte chegando. O coral no fundo fazendo o “ô-ô-Ô-Ô-O” deixa a música mais divertida ainda e quase impossível de não cantar junto. Essa faixa é um exemplo perfeito de que Cheryl poderia ter aproveitado sua voz de maneira diferente, sem ter que recorrer ao dance ou aos berros.

- Call My Name: uma das melhores faixas do álbum e perfeita para carro-chefe do trabalho de divulgação. Calvin Harris e Cheryl Cole resultaram em uma mistura melhor do que poderia se esperar.

-Craziest Things: parceria com will.i.am que foge das músicas eletro dances que o headfronter dos Black Eyed Peas começa a fazer, onde ele diz como é bom festejar e como a noite não acaba nunca. Mais uma das faixas cheias de dubstesp que, com o remix certo, ficará perfeita pras pistas de dança. Chega a lembrar Photographs, parceria de Will com Rihanna.

-Girl In The Mirror: faixa meio dance, mas fraquinha também. A sessão com dubstep no final, antes do refrão, é a melhor parte da música.

-A Million Lights: balada fraca, refrão sem graça, voz mais fraca ainda.

-Screw You: Cheryl revoltada com um amor desperdiçado é ótima. Nem o gritinho em “love is so lonely” incomoda. Outra música acelerada que encaixa perfeitamente no álbum.

-Love Killer: bem legalzinha e com uma letra agradável, mas não chega a ser marcante e nem se sobressair perto das outras músicas com batidas mais fortes.

- Ghetto Baby: balada escrita por Lana Del Rey, com arranjos de dubstep e vibe dançante, como o resto do álbum. Os vocais de Cheryl deixam a desejar em alguns momentos quando você começa a imaginar a voz doce de Lana na versão original, mas ainda assim a música cumpre o seu papel no álbum. 

-Sexy Den a Mutha: é a música mais dançante do CD inteiro. Apesar da letra sem noção, o ritmo forte e o refrão chiclete são perfeitos pra Cheryl. Se ela tiver a esperteza de transformar a faixa em single, já dá até pra ver a galera fazendo passinho e batendo cabelo na boite.

-Mechanics Of The Heart: escrita por Taio Cruz, a letra é meio bobinha, mas não chega a ser de todo ruim. Apesar de não ser uma música dançante, a ajuda dos backing vocals não deixa a voz de Cheryl tão irritante aos ouvidos.

-All Is Fair: letra e ritmo ótimos, arruinados pelos vocais de Cheryl. Nos versos em que ela berra "this is war", chega a dar vontade de passar pra próxima música. Talvez uma cantora pop com maior capacidade vocal (Kelly Clarkson ou Christina Aguilera talvez) conseguisse fazer da música uma balada mais marcante.

-Last One Standing: uma letra de superação, mas com um sentido um pouco mais abrangente, a música é uma daquelas dançantes que fogem do óbvio. Uma observação: aquele verso de “you gotta talk that talk” não passou despercebido.

-Boys Lie: a típica música de desilusão amorosa da menina que virou feminista e agora odeia os homens (Xtina já cometeu o mesmo erro em “I Hate Boys”). Tirando o clichê da letra, a música é boa e cheia de dubstep, o que a torna ótima pra dançar. Só a distorção da voz dela no final que foi um pouco desnecessária, mas não chega a estragar o resto.

-One Thousand:  outra fauxa ótima do álbum. Com tambores e bateria que lembram um pouco Beat Of My Drum, música da ex-colega de Girls Aloud, Nicola Roberts, Cheryl entoa um refrão catchy e cheio de “força”. Típica música de superação e fim de relacionamentos, mas com uma produção que foge do óbvio das rádios. Não sei se por coincidência ou não, mas o ritmo do break antes do refrão lembra A Thousand and One Nights.

-Telescope: uma das baladinhas que poderiam ter ficado melhores na voz de outra pessoa. Perfeita como faixa-bônus da versão deluxe, já que não chega a fazer falta no CD.

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