terça-feira, 16 de outubro de 2012

CONTROLE REMOTO: Partners




                Eis que minhas expectativas não poderiam ser maiores quando ouvi que a Sophia Bush tinha entrado pro elenco de uma comédia nova e que, de quebra, a série ainda contava com o meu long time crush Michael Urie. E essas expectativas só foram aumentando quando, sem saber mais nada sobre a série, comecei a assistir ao piloto e vi que se tratava de uma série onde metade dos personagens principais era gay e o foco era a relação de um deles com o melhor amigo heterossexual. O problema é que, depois desses cinco minutos iniciais, tomei um banho de água fria da série.



               First things first. Partners é focada em Louis (Michael Urie) e Joe (David Kurmholtz), dois amigos desde crianças e que hoje, anos depois, trabalham juntos como arquitetos. A série gira em torno da relação entre os dois e da relação deles com seus respectivos parceiros, contando com Sophia Bush como Ali, a namorada de Joe, e Wyatt, namorado de Louis, sendo interpretado por Brandon Routh. A história não é lá das mais originais, mas em matéria de sitcom não é isso que importa. Basta ver Modern Family, mais uma série de tema familiar, mas que já está na quarta temporada e continua funcionando bem.



                Repleta de piadas prontas e sem originalidade, Partners insiste em estereótipos chatos  e ainda conta com um péssimo desempenho por grande parte do elenco principal (e o resto todo do secundário). Por sinal, esse foi um dos grandes motivos de eu ter me decepcionado tanto: esperava mais da Sophia Bush. Aqui, parece que ela interpreta uma versão menos engraçada e carismática da Brooke Davis (personagem que deixou ela famosa e cativou 99,9999999999% das pessoas que viam One Tree Hill), sem conseguir nem executar as piadas de forma engraçada – o que não é culpa só da atriz, já que a maioria das piadas é genuinamente sem graça mesmo.



                Em contrapartida, Michael Urie quase consegue salvar a série. Apesar de ter o mesmo problema que Sophia quanto a “lembrar personagens antigos” – no caso dele, o Marc de Ugly Betty -, Michael é único que te faz rir de verdade na série e até as piadas dele são melhores, apesar de ainda existirem aquelas que você fica esperando se desenvolverem, mas não dão em nada. O engraçado é que, quando eu vi o primeiro episódio, achei o Michael muito mais contido e menos espalhafatoso do que quando ele fazia o Marc, mas no segundo e terceiro episódios parece que a química entre o elenco melhorou, ele se soltou mais e voltou a receber o santo fashionista de antes. De qualquer forma, isso não chega a incomodar tanto quanto os outros defeitos do resto do elenco, como o timing errado da Sophia.


                Como, por exemplo, Wyatt. Eu não sei se o personagem que é muito fraco e sem razão de existir na série, se o ator é péssimo ou os dois. Brinks, sei sim, são todas as opções acima. Esperei chegar até o terceiro episódio pra odiar essa pessoa por questões de princípio e por acreditar em segundas chances, mas não dá. Além de não ter um pingo de noção sobre o que fazer em cena, os roteiristas ainda tentaram, de forma muito falha, criar uma identidade pro personagem com detalhes que supostamente seriam engraçados, como a profissão de enfermeiro que ele tem e é motivo de vergonha pro namorado, ou então a mania de pedir desculpa por se exaltar sem levantar nem o tom de voz (essa eu só entendi que era uma piada porque teve aquele som tosco de risada no fundo, porque meu primeiro pensamento foi: preciso consertar o som desse computador), mas não funcionou. A única coisa pior do que ele na série é a secretária do Louis e do Joe, que tem as piadas gongadas até pelo elenco e cai no estereótipo de latina do gueto cheia de gírias e momentos ~~yo nigga~~.
                Num balanço geral, Partners foi uma tentativa falha dos criadores de Will & Grace quanto a fazer um material similar e igualmente bom à extinta sitcom que criou uma legião de fãs na época em que era transmitida. Eu continuarei assistindo só pela Sophia e pelo Michael porque é o que me cabe fazer na condição de fã. Na falta de algo melhor pra assistir, eu até recomendo que você baixe um ou outro episódio pra passar o tempo, mas, pelo menos por enquanto, não recomendo que acompanhe. Se algo mudar futuramente, eu aviso.
                Numa nota final: na década de 90 existia uma série, com o mesmo nome e do mesmo diretor, que dizem ter uma história parecidíssima com a Partners de hoje, só que era melhor. Não consegui capturar mais nada sobre o fato, mas acho que vocês deviam saber da “originalidade” por trás disso tudo.

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