Indo
contra as minhas expectativas, esses três episódios de The Newsroom deram uma
reviravolta e me fizeram questionar várias coisas que eu já tomava como certas
na série. Desde um episódio mais suavizado, onde todas as histórias ficaram on
hold, até coisas mais pesadas e uma antipatia crescente que eu comecei a sentir
pelos personagens que eu amava.
Uma das
coisas que mais tem me irritado na série é o desprezo de Will e Mac por
qualquer outro tipo de jornal ou jornalismo que não seja o mais-que-perfeito
que eles fazem. Jornalismo impresso não é bom o suficiente, entretenimento não
é bom o suficiente e nem economia às vezes chega a ser tão importante assim
(vide a coitada da Sloan), pelo menos não tanto quanto desacreditar um político
que não atenda às expectativas dos dois (Jim também não fica de fora dessa).
Isso tudo, combinado com aquele patriotismo que eu já comentei ser excessivo na
série, começa a dar um tom maçante na série.
Tirando
o desabafo com a superioridade intelectual, outra coisa que tem me irritado é
esse triângulo formado por Jim, Don e Maggie – que virou um quadrado com a
coitada da Lisa na outra ponta. Sério, quantos chiliques de ciúmes a Mag ainda
tem que dar pra que ela e os outros dois percebam por quem ela tá apaixonada de
verdade? Eu, que sempre torci pra Maggie largar o Don e ficar com o Jim,
comecei a gostar dos dois juntos só por eles se merecerem mesmo. Pelo menos foi
como eu me senti, até descobrir que o Don não é o santo que aparenta ser; na
verdade, ele nunca aparentou ser bonzinho, então não foi nenhuma surpresa
quando descobri que ele tinha “amantes”. Ainda assim, agora eu quero mais é que
o Jim fique com a Lisa (mesmo achando que ele não é bom o suficiente pra ela)
e, se precisar, a Maggie que termine sozinha.
Serinho, ficaria feliz com um spinoff ou um websode só com a Lisa. O
nervosismo dela quando é entrevistada por Will (vou explicar melhor mais a
frente) e o fluxo de ideias atrapalhadas são umas das coisas que me fazem
gostar mais da personagem por ela ser tão “humana”, sendo que as mesmas
características na Maggie fazem dela uma mulher chata e infantil.
Brian de boa na lagoa
Continuando
no ramo dos relacionamentos, temos Will e Mac, com um acontecimento novo que
tira a sotryline da mesmice (alguma coisa aqui tem que agitar, né?): finalmente
conhecemos o pivô da separação dos dois. Brian, o ex de Mac com quem ela traiu
Will back in the day, aparece como um jornalista disposto a fazer uma matéria
de capa para a New York Magazine sobre o Newsnight. Depois de deixar um climão
entre o âncora e a produtora e aceitar as condições do Will de não mencionar o
relacionamento que teve com Mac, Brian acende a lâmpadazinha de ideias que ele
tem e consegue capturar o drama que Will vem passando nos últimos meses (ou
episódios), o que deixa duas questões:
será que will contratou Brian pra descobrir essa polêmica toda? Sim.
Será que Brian vai conseguir, de alguma maneira, salvar o emprego de Will ao
expor Leona e, talvez, o esquema de hackeamento que o filho dela vem fazendo?
Pra isso ainda não temos resposta, até porque o jornalista ainda não deixou
claro se suas intenções ao escrever a matéria são favoráveis ou prejudiciais ao
jornal. Meu palpite é que independente do lado que ele escolher, essa matéria
vai ser fundamental pro desenvolvimento da próxima temporada.
Indo
pra história geral o jornal, duas coisas legais aconteceram nesses três
episódios – o 8 e o 9 são duas partes de uma mesma história. Em 5/1, eles
cobrem a morte do Bin Laden, e mesmo com a apelação, é inegável que essa foi
uma notícia que chocou o mundo, sendo você norte-americano ou não. E, com uma
social no apartamento de Will, ele tendo que apresentar o jornal chapado porque
ingeriu umas ervas de Jah, e todas as outras merdas que ele faz por conta
disso, esse foi o meu episódio preferido da série até agora, perdendo talvez só
pra aparição da Jane Fonda porque ela é ela.
Jane,
por sinal, volta à série na primeira parte do The Blackout. Graças a um
novo personagem misterioso que aparece e se apresenta ao Charlie como “Atrasado
Pro Jantar” – sério, a cena dos dois na biblioteca é aquele
engraçado-constrangedor no nível de The Office – a galere do Newsnight agora
tem algo para usar contra Leona. Acontece que o querido e amável do filho dela
e responsável pela parte da publicidade/audiência do jornal, Reese, vem usando
um sistema do governo para hackear, sem autorização, celulares e computadores
de celebridade para conseguir as histórias do TMI (a versão da série pro TMZ). Com
essa carta na manga, Charlie tenta avisar Leona pra dar uma maneirada na caça a
Will, mas recebe uma bela duma desprezada à la Jane Fonda. Por sinal, o quão
maravilhoso é ouvir aquele tom de voz tipicamente irônico dela dizendo “o mundo
precisa saber se a Taylor Swift está feliz ou não”.
A outra
polêmica do Blackout é a matéria que
eles estão cobrindo no jornal. Como todo jornal intelectual e superior que se
preze, o Newsnight não cobriu o julgamento de Casey Anthony (todo mundo lembra
disso ainda, né?), ao contrário de todos os outros jornais da concorrência. Com
isso, eles perderam metade da audiência e tiveram uma visitinha do Reese esculhambando
todo mundo. Depois do quebra-pau Will e Charlie resolvem cobrir e dar destaque
à notícia, indo contra todas as expectativas e pitis de Mac – a cara que ela
faz quando vê o apoio do Will à decisão é sensacional. De qualquer maneira, eles só aceitam ceder ao
jornalismo popular (no pior sentido da palavra) porque a equipe quer inovar DE
NOVO, só que dessa vez com um novo formato de debate para as eleições, onde
eles não dão trégua aos candidatos e os pressionam de verdade. O único problema
é que pra suspender toda a filosofia do jornal, eles precisam de dicas do
sensacionalismo, e quem melhor pra fazer isso do que Don? O cara chega na sala
de reuniões e dá uma aula hilária e venenosa de como cobrir um caso desses,
cena que merece ser vista no repeat só pra aprender os truques de
~~jornalistas~~ como Sônia Abrão e pra poder rir de novo.
Depois
de se torturarem pra cobrir essa notícia e o escândalo sexual de um deputado,
finalmente chega o dia de apresentar o novo debate pros executivos. Eu,
sinceramente, não sei se eles são muito gananciosos, estúpidos ou prepotentes (ou
todas atrás), mas depois da apresentação, um dos executivos surta e nega o
debate à equipe, deixando todos desapontados com o trabalho em vão. Como diria Mick Jagger, you can’t always
get what you want.
Lisa na bad depois da entrevista e da repercussão
Em observações aleatórias,
temos os personagens secundários com potencial de crescimento na série. Lisa,
que, felizmente, tem aparecido mais é uma das que eu gostaria que se
desenvolvessem mais na série, assim como a estagiária do jornal, Tess e a
namorada do Neal que eu nem sei o nome. Outra coisa que merece atenção é o
chilique da Maggie (sim, outro) por causa de uma candidata que diz se
candidatar porque Deus a mandou, o que deixou a menina ofendidíssima. Há também
outra coisa que não tem me descido direito: o drama que o Will ainda faz por
causa dos chifres que ele tomou da Mac. Por que ao invés de lidar com isso como
uma pessoa normal e encher a cara de vodca, ele precisa infernizar a vida da
mulher e dramatizar tanto? Já deu, né, ele gosta dela e vice-versa, a única
coisa que impede os dois de ficarem juntos é essa punição eterna que ele
colocou na cabeça.
O
episódio termina com a polêmica da ameaça de morte contra Will voltando, graças
ao Neal. O próximo episódio é a Season Finale e tenho certeza de que isso vai
se desenvolver melhor, eu só não tenho mais certeza se tem dedo hidratado de
Leona nisso. No fim, temos Amy Winehouse cantando Will You Still Love Me Tomorrow por conta dos corações partidos e
com essa já dá pra gente ter uma ideia da trilha sonora que a série vai ter (já
teve Bob Dylan e Coldplay em episódios anteriores). Todos se preparem porque a
SF promete pegar fogo e ninguém quer perder o desenrolar disso, né? Comenta aí
o que você acha que vai acontecer e/ou o que você achou dos últimos episódios.
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