segunda-feira, 27 de agosto de 2012

CONTROLE REMOTO: The Newsroom - episódios 7, 8 e 9



                Indo contra as minhas expectativas, esses três episódios de The Newsroom deram uma reviravolta e me fizeram questionar várias coisas que eu já tomava como certas na série. Desde um episódio mais suavizado, onde todas as histórias ficaram on hold, até coisas mais pesadas e uma antipatia crescente que eu comecei a sentir pelos personagens que eu amava.
                Uma das coisas que mais tem me irritado na série é o desprezo de Will e Mac por qualquer outro tipo de jornal ou jornalismo que não seja o mais-que-perfeito que eles fazem. Jornalismo impresso não é bom o suficiente, entretenimento não é bom o suficiente e nem economia às vezes chega a ser tão importante assim (vide a coitada da Sloan), pelo menos não tanto quanto desacreditar um político que não atenda às expectativas dos dois (Jim também não fica de fora dessa). Isso tudo, combinado com aquele patriotismo que eu já comentei ser excessivo na série, começa a dar um tom maçante na série.


                Tirando o desabafo com a superioridade intelectual, outra coisa que tem me irritado é esse triângulo formado por Jim, Don e Maggie – que virou um quadrado com a coitada da Lisa na outra ponta. Sério, quantos chiliques de ciúmes a Mag ainda tem que dar pra que ela e os outros dois percebam por quem ela tá apaixonada de verdade? Eu, que sempre torci pra Maggie largar o Don e ficar com o Jim, comecei a gostar dos dois juntos só por eles se merecerem mesmo. Pelo menos foi como eu me senti, até descobrir que o Don não é o santo que aparenta ser; na verdade, ele nunca aparentou ser bonzinho, então não foi nenhuma surpresa quando descobri que ele tinha “amantes”. Ainda assim, agora eu quero mais é que o Jim fique com a Lisa (mesmo achando que ele não é bom o suficiente pra ela) e, se precisar, a Maggie que termine sozinha.  Serinho, ficaria feliz com um spinoff ou um websode só com a Lisa. O nervosismo dela quando é entrevistada por Will (vou explicar melhor mais a frente) e o fluxo de ideias atrapalhadas são umas das coisas que me fazem gostar mais da personagem por ela ser tão “humana”, sendo que as mesmas características na Maggie fazem dela uma mulher chata e infantil.

Brian de boa na lagoa

                Continuando no ramo dos relacionamentos, temos Will e Mac, com um acontecimento novo que tira a sotryline da mesmice (alguma coisa aqui tem que agitar, né?): finalmente conhecemos o pivô da separação dos dois. Brian, o ex de Mac com quem ela traiu Will back in the day, aparece como um jornalista disposto a fazer uma matéria de capa para a New York Magazine sobre o Newsnight. Depois de deixar um climão entre o âncora e a produtora e aceitar as condições do Will de não mencionar o relacionamento que teve com Mac, Brian acende a lâmpadazinha de ideias que ele tem e consegue capturar o drama que Will vem passando nos últimos meses (ou episódios), o que deixa duas questões:  será que will contratou Brian pra descobrir essa polêmica toda? Sim. Será que Brian vai conseguir, de alguma maneira, salvar o emprego de Will ao expor Leona e, talvez, o esquema de hackeamento que o filho dela vem fazendo? Pra isso ainda não temos resposta, até porque o jornalista ainda não deixou claro se suas intenções ao escrever a matéria são favoráveis ou prejudiciais ao jornal. Meu palpite é que independente do lado que ele escolher, essa matéria vai ser fundamental pro desenvolvimento da próxima temporada.


                Indo pra história geral o jornal, duas coisas legais aconteceram nesses três episódios – o 8 e o 9 são duas partes de uma mesma história. Em 5/1, eles cobrem a morte do Bin Laden, e mesmo com a apelação, é inegável que essa foi uma notícia que chocou o mundo, sendo você norte-americano ou não. E, com uma social no apartamento de Will, ele tendo que apresentar o jornal chapado porque ingeriu umas ervas de Jah, e todas as outras merdas que ele faz por conta disso, esse foi o meu episódio preferido da série até agora, perdendo talvez só pra aparição da Jane Fonda porque ela é ela.


                Jane, por sinal, volta à série na primeira parte do The Blackout. Graças a um novo personagem misterioso que aparece e se apresenta ao Charlie como “Atrasado Pro Jantar” – sério, a cena dos dois na biblioteca é aquele engraçado-constrangedor no nível de The Office – a galere do Newsnight agora tem algo para usar contra Leona. Acontece que o querido e amável do filho dela e responsável pela parte da publicidade/audiência do jornal, Reese, vem usando um sistema do governo para hackear, sem autorização, celulares e computadores de celebridade para conseguir as histórias do TMI (a versão da série pro TMZ). Com essa carta na manga, Charlie tenta avisar Leona pra dar uma maneirada na caça a Will, mas recebe uma bela duma desprezada à la Jane Fonda. Por sinal, o quão maravilhoso é ouvir aquele tom de voz tipicamente irônico dela dizendo “o mundo precisa saber se a Taylor Swift está feliz ou não”.


                A outra polêmica do Blackout é a matéria que eles estão cobrindo no jornal. Como todo jornal intelectual e superior que se preze, o Newsnight não cobriu o julgamento de Casey Anthony (todo mundo lembra disso ainda, né?), ao contrário de todos os outros jornais da concorrência. Com isso, eles perderam metade da audiência e tiveram uma visitinha do Reese esculhambando todo mundo. Depois do quebra-pau Will e Charlie resolvem cobrir e dar destaque à notícia, indo contra todas as expectativas e pitis de Mac – a cara que ela faz quando vê o apoio do Will à decisão é sensacional.  De qualquer maneira, eles só aceitam ceder ao jornalismo popular (no pior sentido da palavra) porque a equipe quer inovar DE NOVO, só que dessa vez com um novo formato de debate para as eleições, onde eles não dão trégua aos candidatos e os pressionam de verdade. O único problema é que pra suspender toda a filosofia do jornal, eles precisam de dicas do sensacionalismo, e quem melhor pra fazer isso do que Don? O cara chega na sala de reuniões e dá uma aula hilária e venenosa de como cobrir um caso desses, cena que merece ser vista no repeat só pra aprender os truques de ~~jornalistas~~ como Sônia Abrão e pra poder rir de novo.
                Depois de se torturarem pra cobrir essa notícia e o escândalo sexual de um deputado, finalmente chega o dia de apresentar o novo debate pros executivos. Eu, sinceramente, não sei se eles são muito gananciosos, estúpidos ou prepotentes (ou todas atrás), mas depois da apresentação, um dos executivos surta e nega o debate à equipe, deixando todos desapontados com o trabalho em vão. Como diria Mick Jagger, you can’t always get what you want.

Lisa na bad depois da entrevista e da repercussão 

                Em observações aleatórias, temos os personagens secundários com potencial de crescimento na série. Lisa, que, felizmente, tem aparecido mais é uma das que eu gostaria que se desenvolvessem mais na série, assim como a estagiária do jornal, Tess e a namorada do Neal que eu nem sei o nome. Outra coisa que merece atenção é o chilique da Maggie (sim, outro) por causa de uma candidata que diz se candidatar porque Deus a mandou, o que deixou a menina ofendidíssima. Há também outra coisa que não tem me descido direito: o drama que o Will ainda faz por causa dos chifres que ele tomou da Mac. Por que ao invés de lidar com isso como uma pessoa normal e encher a cara de vodca, ele precisa infernizar a vida da mulher e dramatizar tanto? Já deu, né, ele gosta dela e vice-versa, a única coisa que impede os dois de ficarem juntos é essa punição eterna que ele colocou na cabeça.
                O episódio termina com a polêmica da ameaça de morte contra Will voltando, graças ao Neal. O próximo episódio é a Season Finale e tenho certeza de que isso vai se desenvolver melhor, eu só não tenho mais certeza se tem dedo hidratado de Leona nisso. No fim, temos Amy Winehouse cantando Will You Still Love Me Tomorrow por conta dos corações partidos e com essa já dá pra gente ter uma ideia da trilha sonora que a série vai ter (já teve Bob Dylan e Coldplay em episódios anteriores). Todos se preparem porque a SF promete pegar fogo e ninguém quer perder o desenrolar disso, né? Comenta aí o que você acha que vai acontecer e/ou o que você achou dos últimos episódios. 

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