Hit and Miss é uma das
primeiras séries originais do canal pago Sky Atlantic e é um daqueles especiais
de só uma temporada, com 6 episódios. Já transmitida por completo em seu país
de origem (Inglaterra), a série está sendo exibida este mês nos Estados Unidos,
o que significa que agora que as pessoas começaram a prestar atenção de verdade.
(Mia retoca a make depois de matar um qualquer)
Além do roteiro peculiar, a série também se aprofunda na psique do transexual e
nessa questão da aceitação, tanto por parte dele próprio como por parte dos
outros. Uma das cenas mais chocantes é quando Mia começa a dar socos no próprio pênis em frente ao espelho enquanto tenta se afirmar como mulher. Complexo que,
mais tarde, descobrimos que foi criado pela família dela, quando ao visitar a
mãe, Mia é espancada pelo irmão que a obriga a repetir para si mesma: “Sou um
menino de verdade” (óbvio que esse não é o único motivo, mas ela parece se
sentir bastante afetada com o que a família dela diz ou pensa). Um diálogo em
que fica explícito essa afirmação como mulher é quando o peguete dela descobre
que ela não é mulher “por completo” e começa a gritar que não é gay e não gosta
de homens, daí ela fica revoltadíssima e grita de volta que ela não é homem e
expulsa o boy de casa.
Mia (no centro) e o elenco infanto-juvenil
Na questão de elenco e personagens há prós e contras fortíssimos. Um pró é o elenco mirim (e os personagens): são as crianças mais fofas que eu vejo desde que comecei a ver Mad Men. Tanto na questão de storyline quanto em atuação, Penny e Ryan roubam a cena quando aparecem na tela. Destaque pra cena em que Ryan, o único da família que é filho de sangue da Mia, quer ser igual ao “pai” e aparece na cozinha de salto alto, maquiagem e vestido. A cena toda é linda, mais pelo jeito com que as pessoas reagem e com que Mia explica as coisas pra ele do que por qualquer outro motivo.
Mia espanca o proprietário da fazenda |
Pra
compensar a explosão de amor do elenco mirim, existe o núcleo adolescente da
série, composto por Riley e Levi (não vou colocar nome de atores porque esse é
o primeiro trabalho ‘importante’ deles e não vai fazer diferença mesmo). Levi
não faz muita coisa na série, exceto imitar a irmã e xingar Mia de todos os
nomes possíveis. Uma história que poderia ter se desenvolvido mais na série era
o trabalho dele com o chefe da Mia, que poderia gerar um conflito dentro da
casa e, como sempre, sobrar pra Mia. Mas também não estou reclamando porque o
personagem é chato e, pra seis episódios, já teve história demais. Histórias que, por sinal, teriam diminuído
bastante se não existisse a anta da Riley. Resumidamente, ela é uma desaforada
que xinga, expulsa e maltrata a Mia até depois de esta ter se livrado do corpo
que a ingrata matou. Pois é, além de Riley ser revoltada ela também é burra: a
menina mantém um relacionamento auto-destrutivo e emocionalmente masoquista com
o dono da propriedade que mora (uma pessoa “muito simpática” que só sabe bater
em todas as mulheres do elenco). Quando este descobre que ela está grávida,
tenta estrangular a garota que dá um tiro na cabeça dele e depois deixa Mia
cuidar do corpo. Esse é só um dos motivos que me fazem odiar a Riley. Mas não
se preocupe, ao longo da minissérie existem vários outros; ela é daqueles
personagens que são tão irritantes que te fazem querer entrar na tela e dar uma
sacudida na pessoa até ela cair em si.
Enfim,
colocando tudo aí de cima na balança e adicionando a trilha sonora e o estilo
impecável de Chloe durante os episódios (principalmente o último), a minissérie
vale a pena ser vista. Aqui abaixo tem um trailer dessa bagunça toda pra você
que ainda não decidiu se vale a pena ou não assistir. Dá o play e me diz o que
achou.
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