Gente,
desculpem-me o atraso com esse post, mas a Vogue Italia sempre demora mais do
que as outras revistas a liberar os editoriais e eu “comi mosca” esse mês, mas
depois que fui dar uma olhada nas fotos e vi o editorial principal, não pude
deixar de postar aqui (até porque eu não vi ninguém comentando disso e achei uma
coincidência muito grande pra deixar passar).
Primeiro,
uma breve história: uma amiga minha veio me contar há umas semanas sobre algo
que ela tinha visto na internet que tinha deixado a garota um pouco assustada
e, afim de espalhar a estranheza, ela me perguntou se eu tinha
ouvido/sabido/visto/escutado alguma coisa a respeito de homens que usam máscara
de anime. A primeira coisa que veio à minha inocente memória foi cosplay, mas
acontece que o buraco era mais embaixo do que eu imaginava.
Essa é a Julie, um tipo de ~~mestre~~ das performances de masking
A
~~tendência~~ a qual minha amiga se referia era uma nova onda de fetiches que
começou no Japão, onde homens (que se dizem heterossexuais) se vestem
completamente de algum personagem feminino de desenho animado oriental para
satisfazer a fantasia de outros homens. Não é meu papel entrar em detalhes
sobre o assunto, muito menos julgar apesar de eu ter julgado fortemente (se
você ficou interessado, nesse site tem mais informações a respeito disso), mas
o que eu achei engraçado foi que algo muito parecido serviu de inspiração para
o editorial de capa da Vogue Italia, estrelado por Carolyn Murphy e fotografado
por Steven Meisel.
Madonna por Steven Meisel em 1992, para o Sex Book
Steven
Meisel não é nenhum estranho em trabalhar com a Vogue italiana, já que
praticamente 90% das capas deles são assinadas pelo fotógrafo; e Meisel também
não é nenhum principiante em criar polêmica com o seu trabalho, o exemplo mais
forte disso é o livro que ele e Madonna fizeram juntos ainda nos anos 90, Sex. Portanto, nada mais natural do que
a publicação escolher o fotógrafo pra fazer a edição de setembro, num editorial
groundbreaking e bizarro ao mesmo tempo.
A
inspiração para Face The Future veio de uma espécie de performance praticada por algumas drag
queens, chamada masking, onde as drags colocam uma espécie de máscara (ah, num
brinca!) e ficam com essa cara plastificada como mostra a Carolyn Murphy.
O que
eu mais gostei nesse editorial, depois da estranheza que eu senti a princípio, foi
a despreocupação comercial característica da Vogue Italia. Percebe-se que a
preocupação da Franca Sozzani é muito maior com a qualidade e o lado artístico
da revista do que com o tanto de exemplares que ela venderá ou a maneira como
as roupas dos patrocinadores possam se tornar item de desejo para as leitoras
da revista. Esse tipo de editorial jamais apareceria na Vogue americana da Anna
Wintour. Outra revista que costumava revolucionar em matéria de editoriais (no
caso, a irreverência do nudismo das modelos) era a Vogue francesa quando
existia sob o comando da Carine Roitfeld, mas depois da saída dela um pouco
desse ar despretensioso foi embora junto.
O quê
que você achou disso? De quebra, foi feito um vídeo do editorial, com um clima meio O Chamado,
assim. Assiste aí e comenta.
Caraca, que bizarro!
ResponderExcluirDepois dizem que os japoneses é que são estranhos. Quando me soltarem uma dessa, vou enviar esse link, rs.
(Que fofo, vc me citou <3)
pois é, achei muito também. mas achei o das bonecas pior? hahaha
ResponderExcluir(awn <3)