sábado, 29 de setembro de 2012

DÁ O PLAY: Pink - The Truth About Love




Pink não estava brincando quando disse que tentaria cobrir todas as formas de amor nesse disco. Apesar de haver pouquíssimas inovações quanto ao som da cantora, The Truth About Love serve para reunir as melhores qualidades de Pink em matéria de composição, melodia e produção, pra trazer um som que, apesar de parecer com algo já feito por ela, é ao mesmo tempo o ápice do aprimoramento e amadurecimento desse trabalho.
Aqui, as músicas dela ainda têm apelo comercial (o que é um feito surpreendente para alguém que está há tanto tempo no mercado fonográfico),mas continuam fieis aos ideias que ela vem defendendo desde o início da carreira, coisas como músicas para  os fracos e oprimidos e aqueles relacionamentos disfuncionais sobre os quais ela sempre escreve.
O disco traz influências de desde o início da carreira de Pink, como faixas produzidas pelo Butch Walker e músicas nas quais o único apoio instrumental que ela tem é um violão. Em compensação, há uma ou duas faixas como Slut Like You e Walk Of Shame que servem pra mostrar uma Pink mais dançante e despreocupada, no melhor estilo U + UR Hand.
Apesar de tirar sua inspiração do mesmo relacionamento com Carey Hart há tempos, é como se os problemas que ela carregava no Funhouse se resolveram e novos apareceram, mas também novas alegrias vieram, como a maternidade que rendeu a melhor “música de mãe” que eu já ouvi, Run.
Outra coisa boa sobre o álbum é que ele vem cheio de b-sides e faixas-bônus, como as ótimas Chaos & Piss e The Good Old Days. Dá uma olhada nas músicas marcadas aqui embaixo e entra no canal da cantora no Vevo pra ouví-las depois. Se liga:



- Are We All We Are: produzida por Butch Walker e Emile Hayne, que fez 95% do Born To Die, Pink coloca esse hino meio dark com uma batida acelerada e cheio de palmas para abrir o álbum e já mandar um recado: “we are the people that you’ll never get the best of”. Mesmo com o começo meio confuso, Are We All We Are tem a assinatura da Pink com aquela defesa dos excluídos e a reafirmação da ideia de ~~ser diferente é ser legal~~. Pense numa Raise Your Glass mais agressiva e você chega aqui.

- Blow Me: já fiz queridos, vejam neste link.

- Try: escolhida como segundo single, é uma música de ~~recomeço~~. Com um arzinho de balada, mas nada calma, ela começa com um piano delicado e parte pra gritaria e a letra inspiradora de sempre. Vou te falar que eu adoro a música e tals, mas não gostei de ter sido escolhida como single, pelo menos não logo no início, com tantas parcerias boas e tantas músicas mais diferentes pra ela ter divulgado. Mesmo sendo uma ótima música de “tô na fossa, mas vou levantar”, há coisa melhor no álbum, incluindo parcerias, que serviriam melhor como um segundo single pra manter o sucesso do álbum.

- Just Give Me A Reason: parceria com o Nate Russ, vocalista da fun., é uma balada nova da Pink. Começando também só com um piano de fundo, ela relembra a relação desde o início, o que me fez lembrar de Mean, do Funhouse, e, assim como em Mean, o refrão serve  pra ela gritar as frustrações. Não sei por que, mas em algum momento eu me lembrei de Mad World do Gary Jules(?). A voz dos dois cantando ao mesmo tempo se entrelaça perfeitamente, assim como a letra e a melodia no refrão (ficando na cabeça o resto do dia, cuidado) e você percebe que lá foi outra parceria que deu certo.


- True Love: sem palavras pra dizer o quanto eu tava ansioso por essa música. A música é divertida e cheia de palavrões, com aquela irreverência típica da Lily Allen Rose Cooper e da Pink. Versos como “I hate you so much I think it must be true love”, a voz delicada e doce da Lily alternando com a meio rouca da Pink são alguns dos fatores que tornam essa música irresistível. Sem falar que os versos são divertidíssimos e verdadeiros ao mesmo tempo. Uma coisa que me deixou chateado: a parte da Lily é muito pequena.

- How Come You're Not Here: o rockzinho dela chega a pular de alegria nessa música.  Guitarras e a voz de desprezo da Pink dão o tom à música sobre traição e abandono. Os vocais poderosos não são novidade, mas eu ainda me surpreendo toda vez que lembro como ela consegue mudar de uma balada pra uma música revoltada tão facilmente.

- Slut Like You: Ninguém melhor pra gongar do que a Pink, e só o início da música, com ela se desculpando: I"m not a slut, I just love love, pra soltar uma gargalhada depois, defende isso que eu acabei de dizer. U + UR Hand 2.0. mais dançante e mais agitada. Ela não poderia deixar de fora uma música dessas, muito menos com um refrão como esse, cheio dos you-uuuuuh e its just like uh-uuuuuh. Até um rap Pink-style que termina num violão aparece aqui. Max Martin sabe fazer música genérica sim, mas quando ele quer e quando o vocalista ajuda, sai uma obra-prima dessas. Em matéria de composição ~~atrevida~~ não há como errar com Shellback e Martin.

- The Truth About Love: como nos CD's anteriores, a música-título do álbum é ótima. Aqui é uma faixa alegre e divertida, com corais no fundo e Pink falando os pontos altos e baixos do amor. Palminhas e ela dizendo que você acorda “fucked up at 3 am” é um dos casos que ela dá como exemplo como a verdade sobre o ~~sentimento~~. É música pra cantar com uma cerveja na mão, o olho fechando, batendo palminha e gritando junto.

-Beam Me Up: um violão e a voz mais doce da sua carreira, lembrando Crystal Ball ou Glitter In The Air, quebrando em momento de extrema vulnerabilidade. Em versos como “I’d probably just stare, happy just to be there holding your face”,  a voz da cantora “falha” de uma forma tão bonita, soando tão verdadeiramente emocionada, que é quase impossível não sentir a mesma coisa.

- Walk Of Shame: quem nunca? Guitarra com uma letra envergonhada e despreocupada ao mesmo tempo, uns assovios aqui e acolá, e mais versos no nível de “Guess this means that I’m a whore” fazem dessa a música mais divertida do álbum inteiro depois de Slut Like You. Dá até pra imaginar e se relacionar com a Pink cantando esse tipo de coisa

- Here Comes The Weekend: a Pink-party-girl também não ficou de fora, e essa parceria com o Eminem remete a Get The Party Started ou até a mais recente Bad Influence, mas um pouco melhor e menos explosiva. Com muitos gritos e uma bateria, Pink anuncia a chegada do fim-de-semana e o caos eminente. Sei que Won’t Back Down é boa, mas essa parceria dos dois é bem melhor.

- Where Did The Beat Go: uma música intense sobre traição, mas quando é você quem trai. Com um bateria eletrônica forte e os ecos da voz de Pink se perguntando o que aconteceu com o sentimento do casal e como tudo se deteriorou assim, essa música me lembrou muito uma resposta a Its All Your Fault, só que menos triste e mais agressiva.

- The Great Escape: pra fechar o álbum (pelo menos a versão standard), uma balada vulnerável, também com um piano de fundo e uma voz que parece beirar o choro. Continuo achando incrível como ela consegue transitar entre aquelas guitarras pesadinhas, sintetizadores e baterias, pra depois aparecer com uma música toda apoiada no vocal e basicamente só com um piano de fundo. Alguns artistas lançam esse tipo de música sem se preocupar com o apelo comercial da faixa, como Kelly Clarskon no All I Ever Wanted, como numa música que é parecidíssima com The Great Escape, If No One Will Listen. 

      Galere, não deixem de ouvir as faixas-bônus também porque são ótimas. E não deixem de comentar também o que acharam do CD. :D

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